Compreender as reações do corpo em situações de perigo extremo.
Este plano de aula está baseado na seguinte reportagem: Adrenalina - por que corremos riscos.
Introdução
Se não houvesse ninguém disposto a arriscar o pescoço, os primeiros humanos nunca teriam saído da África, a América não seria descoberta, o homem jamais voaria nem chegaria à Lua. Os motivos de tais aventuras foram, sem dúvida, os mais variados. No caso da procura de novos espaços geográficos, os riscos eram até justificados - uma questão de sobrevivência, busca por alimentos e água.
Desafiar os oceanos, a gravidade e o espaço desconhecido, no entanto, envolve emoções - a satisfação da curiosidade e a glória parecem estar na raiz da mobilização dos intrépidos desbravadores, quase sempre jovens. E o que dizer da juventude, em número cada vez maior, que se lança em situações em que a menor falha pode ser fatal? Há semelhanças nessas atitudes?
A revista Veja examina esse comportamento que parece contaminar boa parcela da mocidade numa verdadeira aula-reportagem, em que não faltam explicações bem detalhadas sobre os processos químicos que transcorrem em nosso organismo nas circunstâncias de perigo extremo. O assunto deve despertar a curiosidade dos estudantes, razão suficiente para ler o texto, discutir seu conteúdo e aprofundar os conhecimentos da turma em diversas áreas.
Providencie fotocópias da reportagem em número suficiente para distribuir a todos os alunos.
Atividades
À medida que se desenvolve, o texto suscita questões sobre comportamento dos praticantes de esportes radicais. Você pode aproveitar os relatos contidos na revista e investigar as reações que provocam na garotada. Quem na classe chega a tais extremos?
Se houver alguém, abra um espaço para que esse aluno faça comentários, não apenas sobre as emoções sentidas, mas também sobre os conhecimentos específicos que precisou adquirir para a realizar as proezas com segurança.
Organize uma lista dos esportes mencionados e encomende uma pesquisa sobre os itens necessários para reduzir riscos em cada modalidade. Que conceitos e fenômenos da física e da química estão envolvidos em tais práticas? Os professores dessas áreas podem ajudar nas respostas.
Aproveite para trabalhar a fisiologia dos sistemas de coordenação hormonal e nervoso. Explore o papel da adrenalina.
Completada a leitura, divida a classe em grupos e encarregue cada um de uma pesquisa diferente. A primeira equipe pode ser incumbida de esboçar os percursos dos outros dois mediadores químicos - as endorfinas e a dopamina - no organismo humano, tal qual foi apresentado para a adrenalina.
À segunda caberá desenvolver estudos relacionados às forças que atuam em nossos músculos, tendões e articulações e à elasticidade de cada um. Um terceiro grupo deve trabalhar com o auxílio do professor de Educação Física para investigar os tipos de alavancas que atuam no esqueleto, de que modo elas podem ser rompidas e as formas de prevenção contra luxações, fraturas, tendinites etc.
Que grupos de músculos são trabalhados em cada atividade? Que outras estruturas do nosso sistema muscular participam do processo? Proponha para a quarta equipe um exame em que sejam comparadas as faixas etárias e classes sociais a que pertencem os amantes dos esportes radicais.
Quanto custa tudo isso? Peça que os alunos procurem as alternativas para quem não ganha o suficiente para adquirir os equipamentos. Escalar prédios para pichar ou grafitar e surfar sobre trens e ônibus são algumas das atividades que se espera que eles citem. Preocupe-se em esclarecer que se tratam de atividades ilegais - portanto, não recomendáveis.
A aula seguinte será dividida em duas etapas: a primeira dedicada à exposição dos trabalhos e a outra ao debate sobre questões de comportamento, em que você poderá aproveitar os dados levantados pelo quarto grupo.
A reação da turma durante a leitura da reportagem talvez o surpreenda. Para o jovem, não basta saber das emoções alheias. Ele deseja se defrontar com as próprias reações, em condições similares, ou criar novas situações para mostrar sua criatividade e capacidade de transgressão. Nessa fase, a negação da realidade do perigo é bastante grande.
O gráfico abaixo delineia como realidade e fantasia são percebidas pelas pessoas nas primeiras etapas da vida. Esboce-o para a classe e lance a questão: o impulso que move o alpinista é o mesmo que estimula o pichador, variando apenas a classe social, o local e as oportunidades para ambos?
A pesquisa do quarto grupo deve mostrar que o número de pessoas que se expõem a riscos extremos deve ser bem maior que o mencionado na reportagem. A mocidade desafia-se em outras práticas que podem ser consideradas tão radicais quanto os esportes citados no texto.
Assim, muitos jovens são capazes de escalar o mais alto dos prédios para pichar ou grafitar; sobem nas capotas de ônibus e trens e "surfam" em desafio às leis da Física. Também submetem-se a maratonas dançantes que deixariam um triatleta extenuado; despencam no mundo das drogas lícitas ou ilícitas; enfrentam a dor provocada por tatuagens e piercings por todo o corpo e fazem sexo sem camisinha.
Para ir mais longe
A distância entre realidade e fantasia
O gráfico representa o quanto somos capazes de discernir realidade e fantasia no período coberto pela infância e juventude. Ajude os alunos a interpretá-lo: nos primeiros anos de vida, os dois conceitos estão distantes.
Ainda na infância, o indivíduo passa a aproximá-los, situação que se mantém até os cinco anos de idade. Depois, vem uma fase de distanciamento e, na adolescência, essas noções voltam a se avizinhar. É o período que se caracteriza pela negação do perigo.
Este plano de aula está baseado na seguinte reportagem: Adrenalina - por que corremos riscos.
Introdução
Se não houvesse ninguém disposto a arriscar o pescoço, os primeiros humanos nunca teriam saído da África, a América não seria descoberta, o homem jamais voaria nem chegaria à Lua. Os motivos de tais aventuras foram, sem dúvida, os mais variados. No caso da procura de novos espaços geográficos, os riscos eram até justificados - uma questão de sobrevivência, busca por alimentos e água.
Desafiar os oceanos, a gravidade e o espaço desconhecido, no entanto, envolve emoções - a satisfação da curiosidade e a glória parecem estar na raiz da mobilização dos intrépidos desbravadores, quase sempre jovens. E o que dizer da juventude, em número cada vez maior, que se lança em situações em que a menor falha pode ser fatal? Há semelhanças nessas atitudes?
A revista Veja examina esse comportamento que parece contaminar boa parcela da mocidade numa verdadeira aula-reportagem, em que não faltam explicações bem detalhadas sobre os processos químicos que transcorrem em nosso organismo nas circunstâncias de perigo extremo. O assunto deve despertar a curiosidade dos estudantes, razão suficiente para ler o texto, discutir seu conteúdo e aprofundar os conhecimentos da turma em diversas áreas.
Providencie fotocópias da reportagem em número suficiente para distribuir a todos os alunos.
Atividades
À medida que se desenvolve, o texto suscita questões sobre comportamento dos praticantes de esportes radicais. Você pode aproveitar os relatos contidos na revista e investigar as reações que provocam na garotada. Quem na classe chega a tais extremos?
Se houver alguém, abra um espaço para que esse aluno faça comentários, não apenas sobre as emoções sentidas, mas também sobre os conhecimentos específicos que precisou adquirir para a realizar as proezas com segurança.
Organize uma lista dos esportes mencionados e encomende uma pesquisa sobre os itens necessários para reduzir riscos em cada modalidade. Que conceitos e fenômenos da física e da química estão envolvidos em tais práticas? Os professores dessas áreas podem ajudar nas respostas.
Aproveite para trabalhar a fisiologia dos sistemas de coordenação hormonal e nervoso. Explore o papel da adrenalina.
Completada a leitura, divida a classe em grupos e encarregue cada um de uma pesquisa diferente. A primeira equipe pode ser incumbida de esboçar os percursos dos outros dois mediadores químicos - as endorfinas e a dopamina - no organismo humano, tal qual foi apresentado para a adrenalina.
À segunda caberá desenvolver estudos relacionados às forças que atuam em nossos músculos, tendões e articulações e à elasticidade de cada um. Um terceiro grupo deve trabalhar com o auxílio do professor de Educação Física para investigar os tipos de alavancas que atuam no esqueleto, de que modo elas podem ser rompidas e as formas de prevenção contra luxações, fraturas, tendinites etc.
Que grupos de músculos são trabalhados em cada atividade? Que outras estruturas do nosso sistema muscular participam do processo? Proponha para a quarta equipe um exame em que sejam comparadas as faixas etárias e classes sociais a que pertencem os amantes dos esportes radicais.
Quanto custa tudo isso? Peça que os alunos procurem as alternativas para quem não ganha o suficiente para adquirir os equipamentos. Escalar prédios para pichar ou grafitar e surfar sobre trens e ônibus são algumas das atividades que se espera que eles citem. Preocupe-se em esclarecer que se tratam de atividades ilegais - portanto, não recomendáveis.
A aula seguinte será dividida em duas etapas: a primeira dedicada à exposição dos trabalhos e a outra ao debate sobre questões de comportamento, em que você poderá aproveitar os dados levantados pelo quarto grupo.
A reação da turma durante a leitura da reportagem talvez o surpreenda. Para o jovem, não basta saber das emoções alheias. Ele deseja se defrontar com as próprias reações, em condições similares, ou criar novas situações para mostrar sua criatividade e capacidade de transgressão. Nessa fase, a negação da realidade do perigo é bastante grande.
O gráfico abaixo delineia como realidade e fantasia são percebidas pelas pessoas nas primeiras etapas da vida. Esboce-o para a classe e lance a questão: o impulso que move o alpinista é o mesmo que estimula o pichador, variando apenas a classe social, o local e as oportunidades para ambos?
A pesquisa do quarto grupo deve mostrar que o número de pessoas que se expõem a riscos extremos deve ser bem maior que o mencionado na reportagem. A mocidade desafia-se em outras práticas que podem ser consideradas tão radicais quanto os esportes citados no texto.
Assim, muitos jovens são capazes de escalar o mais alto dos prédios para pichar ou grafitar; sobem nas capotas de ônibus e trens e "surfam" em desafio às leis da Física. Também submetem-se a maratonas dançantes que deixariam um triatleta extenuado; despencam no mundo das drogas lícitas ou ilícitas; enfrentam a dor provocada por tatuagens e piercings por todo o corpo e fazem sexo sem camisinha.
Para ir mais longe
A distância entre realidade e fantasia
O gráfico representa o quanto somos capazes de discernir realidade e fantasia no período coberto pela infância e juventude. Ajude os alunos a interpretá-lo: nos primeiros anos de vida, os dois conceitos estão distantes.
Ainda na infância, o indivíduo passa a aproximá-los, situação que se mantém até os cinco anos de idade. Depois, vem uma fase de distanciamento e, na adolescência, essas noções voltam a se avizinhar. É o período que se caracteriza pela negação do perigo.